.
Caminhei errante
sobre calçadas,
desnudas de gente.
Escutei sobre o silêncio
de meu pensamento...
Este som que me aturdiu
de rompante.
.
Calara-se a noite
para me ouvir pensar
Abriram-se vielas
para me ver passar.
Continuei vagueando
em histórias...
perdidas no tempo.
Como se o vazio
do espaço quisesse encontrar.
.
Errante, escutava
esta nobre calçada...
Pejada de rumores
para sempre calados.
De saberes e graças boas
ou mal aventuradas...
Das gentes que outrora
a caminharam.
.
Calara-se a noite
para me ouvir pensar...
Abriram-se vielas
para me ver passar.
Errante, segui...
meus passos na noite.
Sobre esta calçada viva.
Sobre estas pedras...
que eram a minha própria vida.
.
Jorge Assunção
2004 / 04 / 17
In D'Alfange